ESTATUTO
INSTITUTO
CASA DE 
CRIADORES

ESTATUTO
 




 O Instituto Casa de Criadores nasce como um espaço de ocupação e semeadura para novas formas de compreender, transmitir e fazer moda.

Entendemos a criação não como ato simplesmente individual ou a serviço de um mercado, mas como algo atravessado por uma dinâmica de afetos capaz de enlaçar relações pessoais, sociais, políticas e econômicas.

Nesse contexto, desejamos promover novos encontros a partir de uma reorganização radical de saberes.

É nosso dever fomentar e desenvolver pesquisas e dispositivos de escuta no sentido de transformar nossa prática educacional coletiva em um espaço fértil  e extremamente permeável a linguagens, lógicas, estéticas, tecnologias, histórias e formas de organização e afetividade que têm sido sistematicamente marginalizadas, corrompidas e silenciadas. 

Acreditamos em uma formação permanente, não no sentido de um monumento sólido e inteiro, mas de algo em constante movimento, algo que encontra sua verdade no processo vivo de construção. Um processo que enxerga diferenças, desvios, obstáculos e contradições como espaços de disputa na luta contra a desigualdade de direitos e suas estruturas colonizadoras.

Nesse sentido, nossas iniciativas, que poderão se apresentar nos mais variados formatos e propostas, devem ser pensadas para abraçar um público cada vez mais amplo, com o compromisso inegociável de chegar às pessoas que mais sofrem com os mecanismos de segregação econômica, racial e de gênero. Mais do que projetos gratuitos e acessíveis, o Instituto quer criar espaços de mudança e de abertura para novas ideias e outros paradigmas de protagonismo.

Ocupação artística, ocupação cultural, ocupação criativa, espaço onde a partir de vazios, excessos, transbordamento e transformação algo de novo possa se fazer dizer. Hackear as velhas estruturas da moda, analisar, absorver, derrubar, reprogramar, destruir para recriar em outras bases comuns.

Nosso trabalho é direcionado a artistes e estilistes, mas também a outres profissionais do setor. Acreditamos que modelagem, costura, pilotagem e tantas outras áreas desvalorizadas e subalternizadas em um mercado de status elitista devem ser  reconhecidas em seu lugar verdadeiro de extrema importância criativa. 

Contra a gestão social do medo e do apartheid afetivo, apostamos na potência radicalmente solidária da criação e da arte, em todas as suas possibilidades e também em seus horizontes impossíveis.

Acreditamos que o caminho da utopia está conectado ao fluxo da coragem. É esse o compromisso que assumimos.